Monitoramento confirma qualidade da água no Rio Tocantins após queda da ponte entre Aguiarnópolis e Estreito

da redação
Publicado em: 07/05/2025

Com a chegada da temporada de praias, aumenta a atenção para a qualidade da água no Rio Tocantins, especialmente no trecho onde a Ponte Juscelino Kubitschek desabou, ligando Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA). O acidente, ocorrido em 24 de dezembro de 2024, causou a morte de 14 pessoas e deixou três desaparecidas. Dez veículos caíram no rio, sendo que quatro transportavam cargas perigosas, como ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.


Mesmo diante da gravidade do ocorrido, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) garantiu que a água do rio segue dentro dos parâmetros definidos pela legislação ambiental. A informação tem como base os dados da 2ª Campanha de Monitoramento Emergencial da Qualidade da Água, realizada entre 11 de março e 8 de abril deste ano.


O programa de monitoramento, que segue em execução, prevê cinco campanhas de coleta ao longo de 2025 — nos meses de maio, junho, agosto, outubro e dezembro. Em cada etapa, são realizadas três coletas: uma a jusante (margem esquerda do rio), uma no eixo e outra a montante (margem direita).


Segundo o Dnit, os resultados estão de acordo com os padrões exigidos para rios de Classe II, conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005. A instituição também afirma que mantém diálogo constante com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), reforçando que o rio está seguro para banhistas.


A preocupação da população e de autoridades locais persiste, principalmente devido à permanência dos tanques com produtos químicos submersos no rio. A ANA informou que, até o momento, não há registros de vazamentos, e que a maioria das bombonas segue intacta. Algumas delas já foram levadas pela correnteza por mais de 300 quilômetros.


Para aumentar a segurança, prefeitos da região do Bico do Papagaio solicitaram apoio parlamentar. Em resposta, o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos/TO) cobrou da ANA a ampliação do monitoramento com medições semanais e divulgação pública dos resultados, pelo menos até o fim da temporada de praias.


"A nossa prioridade é garantir que as famílias possam aproveitar as praias do Tocantins com segurança. Estamos atentos e cobrando providências para proteger o Rio Tocantins", destacou o parlamentar após reunião com a diretoria da ANA.


Enquanto isso, segue em andamento a construção da nova ponte. Segundo o Dnit, 20% das obras já foram executadas, e a entrega está prevista para ocorrer ainda em 2025. Para viabilizar os trabalhos, as estruturas remanescentes da ponte antiga foram implodidas no início do ano, com o uso de 250 quilos de explosivos.